Há um censo comum de que as feiras livres estão fadadas ao desaparecimento, ou a se tornar aquilo que Milton Santos definiu como rugosidade do espaço, algo superado pelo tempo mas que ainda existe, de pé, com vigor e dado da existência concreta. Contrariando esta crença, as Feiras livres existem em muitos municípios, como Itaboraí e São Gonçalo, diversificando-se para atender a um público que procura, por exemplo, alimentos mais saudáveis, ou simplesmente uma interação maior, como a tradicional relação entre Feirante e Freguês (aquele que era considerado antigamente como o Paroquiano da Freguesia). Resgatar a memória biocultural (TOLEDO, 2015) neste espaço se constitui um desafio acadêmico, que neste projeto conta com a experiência de 5 anos do Núcleo Pacha Mama, na indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão na UFF. Para o curso de Bacharelado em Ciência Ambiental o Projeto ComViver Feiras contribui para as Unidades Curriculares de Agroecologia; Conflitos Ambientais; Processamento Digital de Imagem; Agricultura Urbana, corroborando com a missão do Núcleo de Estudo que é Promover Diálogo de Saberes, desenvolvendo a metodologia chamada ComViver (viver com, no caso, viver com os/as Feirantes), pelas práticas de É dia de Feira, onde cada participante tem oportunidade de fazer uma vivência, no período de realização semanal a feira, na Feira Livre de Itaboraí, na Feira da Salvatori em São Gonçalo e na Banca de Feira, na UFF. Com o resgate da memória biocultural nessas feiras, serão realizadas ações de formação (ensino), pesquisa e extensão com o público beneficiário (Feirantes e Fregueses).
O público envolvido por atividades resumidas referem-se a: 1. Bancas de Feira na UFF, envolvem 5 estudantes do Desenvolvimento Acadêmico; 5 do Núcleo Pacha Mama que estão neste projeto; 2 professores; 1 técnica educacional; 60 pessoas que circulam toda quarta feira identificados aqui como Fregueses da Banca, termo que vem das antigas Freguesias. Em geral se repetem, por isso não vamos considerar 60 pessoas em 10 bancas, 600 pessoas, mas algumas vão só uma vez, então vamos estimar 100 fregueses (entre estudantes, professores, funcionários terceirizados, funcionários da UFF e público da comunidade em geral, moradores de Niterói que tomam conhecimento boca a boca e chegam até a Banca da Feira de Saberes Agroecológicos); 2. Na linha de pesquisa são os mesmos estudantes e professores 3. São dois dias de evento na IV Feira, num total de 90 fregueses por dia e 20 feirantes, perfazendo 200 pessoas; 4. Estima-se 10 estudantes e 1 professor envolvido no É dia de Feira ao longo do ano, em Itaboraí, com estimativa de 50 feirantes e 150 fregueses, e 12 feirantes na Feira da Salvatori e 60 fregueses. 5. No mapeamento multi temporal, os beneficiados são os mesmos contados acima, como fregueses e feirantes.