A década de 80 foi de lutas e transformações, que culminaram na consolidação de um estado democrático de direitos. A constituição cidadã proporia novas formas de nos relacionarmos, visibilizando às populações historicamente alijadas da sociedade. Passou-se a compreender que não haveria democracia sem a participação da sociedade civil e dos segmentos que a representam. Contudo, passados 30 anos, ainda sem que se consolidasse uma sociedade igualitária, equânime e justa, o estado democrático se encontra ameaçado, os direitos constitucionalmente garantidos violados pelo Estado, as minorias sociais sendo perseguidas e dizimadas. O direito à educação superior e as instâncias de fomento à pesquisa e produção de conhecimento gravemente atacadas. Neste cenário, aposta-se na necessidade de se refletir e intervir nas violências e violações de direitos, que incidem sobre as minorias sociais, em especial mulheres, a partir de uma perspectiva interseccional. Beauvior nos antecipou que, em tempos de crises, os direitos das mulheres concessões feitas por homens - seriam questionados, e que, consequentemente, deveríamos mantermo-nos vigilantes. Por isso, este projeto objetiva desenvolver ações centradas na temática dos Direitos Humanos das mulheres, diversas e plurais, enfatizando a proposição de formas de enfrentamento cotidiano das violências e violações de direitos, dentro e fora da Universidade. Visa fortalecer, através de ações institucionais, a promoção e a garantia de direitos, o enfrentamento das violações e violência, assim como consolidar uma universidade sustentada em princípios democráticos e de justiça social. Intenta também a consolidação e fortalecimento de espaços, no território, voltados à ampla participação social.
O público alvo é a comunidade, tanto interna quanto externa a IFES. Isso porque o projeto tem uma faceta voltada ao desenvolvimento de atividades no interior da Universidade, não sem a presença da sociedade, e outra voltada a uma construção coletiva, junto ao poder público, de participação social. Por isso, podemos dizer que, o público alvo do projeto é: 1. A comunidade interna da UFF, composta por todos os seus seguimentos; 2. A comunidade discente, em especial, do curso de psicologia, dada a relevância da temática na graduação - no projeto político pedagógico do curso; 3. Cidadãs e cidadãos interessados pela temática dos direitos humanos; 4. Grupos organizados que discutem e/ou trabalham com foco nos Direitos Humanos, nas suas violações e possibilidades de enfrentamento. 5. O poder público representado pelas instituições parceiras.