Desde a Reforma assistencial promovida pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, o fazer clínico ganha destaque e novos entendimentos. Criticando atendimentos pautados apenas pela discussão diagnóstica ou medicamentosa; construímos com uma forma de condução do caso que leve em consideração a instituição, a cidade e o saber-fazer do paciente com seus sintomas. Quando se trata de um Serviço Residencial Terapêutico - SRT - uma confusão se estabelece: seria a casa um lugar de traçar um plano terapêutico, ou isso cabe aos serviços de tratamento? Diante do trabalho de oficinas realizadas juntos aos trabalhadores dos CAPS, bem como a inserção nos serviços residenciais (em função de um projeto de pesquisa), concluímos pela necessidade de discutir com os cuidadores que sustentam os SRT o conceito de projeto singular terapêutico, enfocando a singularidade de cada morador e a consequência de um cuidado ordenado a partir deste ponto. Para fomentar esse processo, construímos com os trabalhadores do serviço um projeto para cada morador, num esquema onde os saberes se convergem colocando acento nos arranjos que os pacientes constroem. Orientados pela psicanálise, a transmissão de uma lógica de entendimento e uma consequente direção dos casos está calcada na ideia de um saber fazer (savoir faire) tal como descrito por Lacan (1981) que atravessa tanto trabalhadores quanto pacientes.
Trabalhadores dos serviços residencias terapêuticos de Volta Redonda e Resende