Atenta-se aos impasses que compõem o cotidiano de pessoas com deficiência. Destacam-se os objetivos: analisar vetores de produção de concepções de deficiência e contrapor leituras da condição de deficiente. Indaga-se: De que modo o deslocamento na cidade atravessa o tratamento? Que estratégias são adotadas para o acesso ao trabalho? Que outros modos de intervir Psi são possíveis ao se reconhecer o protagonismo de nossa clientela? Para a discussão dessas questões recorre-se às contribuições de Certeau (1994), Canguilhem (2002), Lancillotti (2003) e Nunes (2005). Opta-se por uma estratégia qualitativa de investigação conjugando: observações, entrevistas e fóruns de discussão. A clientela envolve usuários da Associação Fluminense de Reabilitação, alunos de graduação e equipe técnica. A diversidade de contextos remete a uma discussão do uso da entrevista semi-estruturada, considerando os efeitos que os encontros produzem e a importância das narrativas como instrumental de análise. Busca-se, pela circulação da palavra, a propagação de informações e a identificação de desinformações que perpassam, algumas vezes, a todos. As dificuldades no acesso ao transporte público são recorrentes. Destaca-se que a efetividade de direitos depende de ações cotidianas assentadas, na maioria das vezes, nos mecanismos informais. Assumir outra condição com limitações e possibilidades a serem exploradas, pode implicar num processo de transição, que varia caso a caso, implicando em experiências de deficiência distintas.
Pessoas com deficiência e/ou doenças crônicas, usuários de programas de reabilitação; Assistentes Sociais, Fisioterapeutas, Médicos e alunos da área de saúde.