LABORATÓRIO VIVO FLORESTA QUILOMBOLA: SABERES, RESISTÊNCIA E OUTRAS ECOLOGIAS
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Coordenador :
Rita de Cássia Martins Montezuma
Ano:
2024
Edital:
Edital Bolsa de Extensão 2024
Protocolo:
401441.2258.163154.17022024
Departamento/Setor:
GGE
Área Temática :
Meio Ambiente
Tipo:
Projeto
Publico Alvo :
São público-alvo os três quilombos do maciço da Pedra Branca, as escolas do entorno, visitantes independentes, participantes da Ação Griot (grupos de turismo, escolas, universidades e instituições de pesquisa)
Local de atuação:
As atividades de campo serão realizadas inicialmente no Quilombo Cafundá-Astrogilda, no Maciço da Pedra Branca em Vargem Grande, Rio de Janeiro, enquanto as atividades de gabinete serão realizadas no Laboratório de Ecologia e Biogeografia - IGE0/UFF. Após a implementação em Vargem Grande há interesse por parte das outras comunidades quilombolas do Maciço da Pedra Branca e do Quilombo do Grotão, em Niterói, de implementarem laboratórios didáticos em seus quilombos, o que poderá ocorrer futuramente.
Objetivo
o objetivo geral do Projeto é propiciar aos visitantes, pesquisadores, professores, estudantes e público em geral, vivenciar e identificar conceitos e funções ecológicas dos remanescentes florestais manejados pela comunidade do Quilombo Cafundá Astrogilda. A partir da concepção de Paulo Freire sobre extensão e comunicação (2006), quais sejam: comunicação, dialogicidade, educação e invasão cultural, e a partir da Pedagogia Engajada e transgressora de bell hooks (2019), o presente projeto visa especificamente à: 1 - identificar e compreender as práticas quilombolas em relação à conservação da biodiversidade; 2 - implementar um sistema in situ de observação e monitoramento das funções ecológicas de um trecho de floresta cultural quilombola; 3 - contribuir para a difusão de saberes produzidos dialogicamente entre universidade, quilombo e escolas, através da integração do Laboratório Vivo à Ação Griô; 4 - através das práticas de campo, oportunizar aos discentes de graduação, pós-graduação formas de desenvolver práticas de ensino, pesquisa e extensão em parceria com grupos sociais e realidades específicas; 5 - apoiar a comunidade no resgate e registro das memórias do quilombo referentes ao seus saberes sobre a natureza e as práticas de existência e resistência quilombola e, por fim, 6 - ampliar a integração de jovens e adultos da comunidade na gestão da biodiversidade e criação de políticas públicas em colaboração com as agências de conservação da biodiversidade.
Resumo
O Projeto Laboratório Vivo Floresta Quilombola (LVFQ) é uma ação conjunta do Quilombo Cafundá-Astrogilda e o grupo de pesquisa CNPq NIPP/UFF, vinculado ao Laboratório de Ecologia e Biogeografia do Departamento de Geografia/UFF, com apoio da AS-PTA. Tem como objetivo propiciar aos visitantes, pesquisadores, professores, estudantes e público em geral, vivenciar e identificar conceitos e funções ecológicas dos remanescentes florestais manejados pela comunidade quilombola. As pesquisas em curso são desenvolvidas pela equipe de pesquisadores e estudantes universitários, colaboradores e quilombolas, através do Diálogo de Saberes, envolvendo técnicas de geografia, fitossociologia, história ambiental e a investigação da regulação hidrológica, com foco na regulação florestal das chuvas e microclima. O LVFQ possibilita que as pesquisas e os resultados obtidos sejam vivenciados pelos visitantes através da Ação Griô realizada pelo Quilombo desde 2018. Com as atividades do Laboratório buscamos demonstrar a importância de alargar a concepção e o potencial da pesquisa acadêmica extramuros, bem como ampliar as possibilidades para que quilombos e outros territórios vulneráveis socialmente potencializem os saberes do seu território, sejam reconhecidos como agentes fundamentais na conservação da biodiversidade, divulguem seus saberes e conduzam pesquisas de seu interesse através de parcerias horizontais. O projeto que tem como pilares científicos a concepção extensionista proposta por Freire (2006); a Pedagogia e Sociologia das Ausências e das Emergências de Gomes (2017) e Santos (2004), a Ecologia Decolonial de Ferdinand (2022) e as Geografias Negras de Guimarães (2020). Trata-se de uma proposta dialógica visando a emancipação e transformação social, cultural e política dos grupos envolvidos.